Uma nova escala de valores - Autor: Hugo Rocha

UMA NOVA ESCALA DE VALORES

A questão do VALOR sempre foi tratada de modo acadêmico pelos pensadores que antecederam a época atual da nossa civilização urbano-industrial de alta tecnologia. A mudança intensa produzida por esta nova civilização tem sido rápida demais para que a questão dos valores não seja revista e adequada aos novos tempos.
O que deparamos sobre o assunto, nos pensadores anteriores à nossa época, já não nos serve mais como parâmetro comportamental, nem para as gerações atuais e nem para as gerações futuras. Na atualidade temos de adotar uma nova filosofia que nos permita encontrar novos valores que sejam estáveis e permanentes dentro da mudança. Isto quer dizer: estabilidade dentro da mudança.
Pelo que sabemos, desde Platão até os dias atuais, a questão do valor, sempre esteve mais ligada à ética e a moral da convivência social, e jamais se preocupou com a questão ética da relação homem e natureza de onde provem a vida que habita a todos os seres vivos. Numa discussão acadêmica, o tema sempre girou em torno de questões que indagam se o valor ,e , objetivo ou subjetivo, vitais ou culturais, existenciais ou de desejo, lógicos, éticos e estéticos, ou se existe ou não uma hierarquia de valores etc. Não temos noticia ainda, de que o valor tenha sido colocado como fator ético na ordem 'natural' para preservação da vida humana, bem como a vida das outras espécies do Planeta.
Para início de nossa reflexão, a pergunta que se faz é se existe além da ordem cultural estabelecida pelo homem, uma outra ordem preestabelecida pela natureza, a qual o homem está submetido inexoravelmente?
Até recentemente, o homem e sua cultura não tinham dado conta da necessidade de preservar o equilíbrio do mundo da natureza, para ·sua própria sobrevivência além do seu mundo da cultura. Como preservar a ordem natural, com hábitos, atitudes e um comportamento adequado, em meio à mudança imposta pela civilização atual e o mundo da cultura humana, é a questão ética que está aberta. Ou encontramos a saída ou comprometemos o futuro da nossa civilização ameaçada de destruição pelo uso inadequado que estamos fazendo da nossa inteligência e dos recursos que a natureza nos fornece.
No que se refere a questão do "valor", devemos ter em mente, até que ponto o homem depende dos valores da ordem natural para viver e como ele deve se comportar no mundo da cultura para sobreviver. Esta nova ética deve ser abrangente e global e ao mesmo tempo individual. O que propomos não é discutir se os argumentos anteriormente apresentados sobre o "valor" são ou não válidos. A nossa preocupação diante da ameaça de uma possível catástrofe que a civilização urbano-industrial da alta tecnologia coloca perante a vida do Planeta, deverá ser a base principal de nossa preocupação ao examinar a questão do "valor".

Ecologismo e valor
A linha de pensamento aqui adotada, está ligada ao Ecologismo, que não pode ser confundido com uma doutrina, ideologia ou Sistema fechado. 
Ecologismo, antes de tudo, é uma atitude democrática, onde todos, individualmente e coletivamente, com consciência da realidade global presente assuma nova postura diante da vida em sociedade e da sua relação necessária com a natureza, de onde 'provém todos os recursos para manutenção' da vida no Planeta e da nossa civilização.
A discussão sobre o conceito de valor até agora visava uma civilização se não estática quase estática, onde o equilíbrio do ecossistema global, praticamente, não era levado em consideração. Por esse motivo, partindo de uma visão do Pensamento Ecológico, colocamos os três elementos considerados indispensáveis para a organização de uma nova "escala de valores", seja para um indivíduo ou para a coletividade, capaz de atender as necessidades do equilíbrio entre natureza e desenvolvimento da civilização atual.
O primeiro e único elemento que conhecemos e podemos considerar acessível pela consciência humana, sem contestação, como "valor absoluto" é a "vida". Poderá haver, por muitos, a contestação de que "Deus" é um "Valor Absoluto". que antecede à própria Vida. Não podemos negar essa possibilidade, mas observamos que o conceito de Deus, como entidade absoluta; por diversas razões de ordem prática, não satisfaz as condições desejadas, por estar fora da experiência humana objetivamente, ficando assim na dependência do subjetivismo de cada um de como vivenciá-lo.
Os conflitos, verificados em todo mundo entre as religiões nos revelam a impossibilidade de adotar, em termos práticos, a entidade, "DEUS" como denominador comum e "Valor Absoluto" para formação de uma nova "Escala de Valores" para uma ética com igual sentido como a vida que habita à todos.
Na ordem de importância, depois da "Vida" como "Valor Absoluto" colocamos em segundo lugar os valores da ordem natural imutáveis, insubstituíveis e indispensáveis para a manutenção da vida, tanto sob o ponto, de vista material como psicológico. Sob o ponto de vista material são os três elementos básicos à vida no Planeta: o AR, a ÁGUA e o ALIMENTO, complementado com tudo mais que compõe o Planeta - minerais - flora e fauna.
Sob o ponto de vista psicológico colocamos toda a herança evolutiva humana, que responde pela suas potencialidades psíquicas para agir e reagir perante o ambiente natural e cultural, tais como a vontade, agressividade, medo, amor, ira, etc.
Destacamos a racionalidade da lista acima por ser uma característica exclusiva da espécie humana, única capaz de atribuir valor às coisas e por não estar condicionada a sensibilidade. 
A vida como "valor absoluto" e todos os demais valores, da ordem natural formam o mundo da natureza, do qual depende toda a vida do Planeta.
Em último de terceiro lugar, como suporte para uma nova escala de valores, colocamos o mundo da cultura humana, com todos os bens materiais e intelectuais, desde o arco e flecha até as espaçonaves e desde os mitos até as ideologias. A característica desses bens, que os diferenciam dos bens do mundo da natureza é o fato de serem mutáveis e substituíveis no tempo e no, espaço e estarem na dependência do desejo e da opção de cada um ou de um grupo especifico. Para se perceber a grande diferença entre os bens da ordem natural e os bens da ordem cultural, lembramos que o AR que os egípcios respiravam há cinco mil anos é o mesmo que estamos respirando hoje, mas dificilmente aceitaríamos viver hoje de acordo com os costumes e valores culturais dos egípcios daquela época.
Pelo que foi colocado acima, uma nova "Escala de Valores" individual ou coletiva, para atender a expectativa de equilíbrio entre vida, mundo da natureza e mundo da cultura humana, à realidade atual, deverá ter sempre presente que é a vida que dá significado a tudo e que sem ela nada terá significado em termos humanos.
Finalmente uma escala de valores deve ser construída sem subordinar o presente ao futuro nem o futuro ao presente, mas observar e avaliar num dado momento como se deverá viver e quais os valores capazes de satisfazer individualmente sem comprometer o global e a vida que palpita no coração de todos.

A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA ESCALA DE VALORES
Para o Ecologismo, a Filosofia e as demais ciências do comportamento humano, que tratam do assunto, além de não estarem unânimes na conceituação do termo "Valor", ainda estão defasadas no tempo e no espaço, diante da nova realidade de convivência estabelecida pela Sociedade urbano-industrial de alta tecnologia dos dias atuais. Ainda, para o Ecologismo, como ponto de partida, indispensável para se estabelecer um "Critério de Valores", é, levar em conta, que o homem, como ser racional é capaz de fazer opções conscientemente. tanto para mudança de seu meio-ambiente, como no seu comportamento. Assim, o homem pela sua própria natureza é livre na organização de sua "Escala de Valores". Mas, o fato do homem ser livre para organizar sua própria "Escala de Valores" não o isenta de sua responsabilidade de atuar em harmonia com a natureza, fonte de sua própria vida e do mundo da cultura humana.
Hoje, isto já deixa de ser uma responsabilidade para se tomar um dever para com as gerações futuras, tanto aos detentores do poder quanto para a sociedade de modo geral. É evidente que não é fácil para o cidadão de hoje harmonizar os dois ordenamentos ao qual está sujeito: o ordenamento das leis naturais, imutáveis e absolutamente indispensáveis para a manutenção da própria vida e o ordenamento das leis e normas criadas pelo mundo da cultura humana, na ordem econômico-político-social, como está estruturado no sistema atual.
A harmonização desses dois ordenamentos, tanto na esfera pessoal como global, na visão do Ecologismo, está sujeita à princípios éticos de ordem natural que uma vez transgredidos o mal será irreparável para ambos, os ordenamentos, uma vez que ambos estão interligados pela "Vida".  Se a vida deixar de existir, nada mais terá significado, tanto na ordem natural como na ordem cultural. Por exemplo: se envenenarmos a água e o ar, estaremos condenando, não só a vida do Planeta, como também a própria espécie humana com o seu mundo da cultura e todas as outras espécies vivas e os recursos fornecidos pela natureza para a
manutenção e a subsistência da espécie humana. Por esse motivo a nossa sociedade urbano-industrial de alta tecnologia terá sob sua responsabilidade, para promover a grande mudança, o estabelecimento de uma nova ética que permita a todos, individualmente e coletivamente, criar uma nova "Escala de Valores" em
harmonia com o mundo da natureza e o mundo da cultura humana. 

Valor e as necessidades humanas
Sendo o valor o produto do manifestar-se por uma necessidade do sujeito, compete a todos, indistintamente, distinguir entre necessidades relativas e necessidades reais e ao satisfaze-las não comprometer o relacionamento entre homem, natureza e cultura. As necessidades reais são as de ordem natural, sem as quais não sobreviveremos e as relativas são as necessidades que decorrem da vida humana em estado civilizado, produzidas pela cultura, podendo ser normalmente dispensadas sem prejuízo vital. Basta, para isso, olharmos para a diversidade da maneira de viver dos diversos grupos humanos espalhados pelo mundo, desde aqueles grupos que ainda vivem em estado primitivo até os grupos mais ricos e sofisticados da nossa civilização. 
Para tornar isso mais claro, basta lembrar que no mundo de hoje ainda existem sociedades primitivas vivendo, em perfeito equilíbrio com a natureza, que desconhecem totalmente as necessidades criadas pelo mundo da nossa cultura e da civilização urbano-industrial de alta tecnologia. Este exemplo nos mostra que
podemos abrir mãos dos exageros do consumismo e da criação de um sem número de itens supérfluos sem comprometimento das condições vitais das pessoas.
Para se chegar à compreensão da nova realidade em que vivemos e nos tomarmos capazes de organizar nossa "Escala de Valores" para essa nova realidade, é necessário, em primeiro lugar, entender que, a vida é um "valor absoluto", e vai além da criação humana e, de certa maneira, tudo o que ocorre no Planeta, desde o reino mineral, vegetal, até ao animal, do qual o homem faz parte, nada mais são que efeitos e manifestações da própria vida, um fenômeno que transcende nossa compreensão.
A vida é um liame que liga tudo: mineral, vegetal, animal e cultura. Nós somos parte deste mistério e não os donos. Se rompermos um fio dessa teia toda a vida estará comprometida.
Uma das coisas que mais dificulta a compreensão desse fato é o de que tanto as pessoas como as instituições colocam como principal valor acima da vida humana, seus interesses imediatos e egocêntricos e se esquecem de que a vida humana é parte de um contínuo, cuja manifestação se iniciou há milhões de anos
nos minerais e veio a terminar na racionalidade humana. A vida não é de ninguém, ela é um fenômeno que transcende a nossa compreensão e só a percebemos através da manifestação das formas e seres que conhecemos materialmente pelos nossos sentidos. Um pé de alface, uma pequena formiga, uma baleia ou um
leão são apenas manifestações da vida da mesma maneira que Jesus Cristo o foi enquanto forma humana.
Quando colocamos a vida como valor absoluto é porque nenhum outro valor, em termos práticos, seja um mito, uma ideologia ou até mesmo as grandes religiões como o Cristianismo, Budismo, Induísmo ou Muçulmanismo, todas voltadas para um mesmo Deus como valor absoluto, não conseguiram e talvez 
nunca irão conseguir colocar Deus como valor absoluto na ordem pratica, sem gerar os conflitos que separam pessoas, grupos, nações, etc, como sempre ocorreu e ainda está ocorrendo nos dias atuais, o que estamos testemunhando em diversas partes do mundo.

Referencial de valor absoluto
Porque propomos a VI DA como valor absoluto para servir de base ética numa escala de valores que seja capaz de evitar os conflitos próprios de outros valores já tomados como absolutos ao longo da história?
Isto porque a VIDA, na visão atual da Ecologia e de outras correntes do pensamento humanista, é o único "bem valorizado" que conhecemos experimentalmente capaz de responder a essa questão tanto   materialmente como psicologicamente, por ser um bem comum a todos os seres humanos e seres vivos e nenhum deles poderem abrir mãos deste valor sem deixar de existir.
Consciente ou inconscientemente todos os seres vivos agem e reagem sempre colocando, em primeiro lugar, a preservação da sua própria vida. A experiência tem demonstrado que antes de abrir mãos da própria vida, nós despojamos de tudo, se for necessário, para preservar nossa sobrevivência.
O fato de considerar a vida como valor absoluto não exclui outros valores, sejam eles de ordem espiritual ou material, natural ou cultural, contanto que tenhamos como referencial, em qualquer escala de valores, a vida em sentido individual e amplo. Uma vez sendo a vida um contínuo que se inicia nos minerais e interliga todos os seres vivos até ao homem, todos pertencem à ela e não ela que pertence aos seres vivos. Só conhecemos a vida através das manifestações que observamos nas diversas formas que ela assume na matéria. Por isso
permanecerá sempre como um grande e misterioso fenômeno do Criador, sendo um valor absoluto que transcende a matéria e só pode ser explicado pelo próprio Criador.
É nesse ponto que o Ecologismo se detêm para pensar em um critério para estabelecer uma "Escala de Valores" e uma ética que permita atender as tendências pessoais livres de cada individuo, sem comprometer aquilo que, em termos reais e práticos, seja o valor supremo, não só para os homens como também para as formas vivas que habitam o Planeta. Na visão do Ecologismo nenhum outro bem, além da vida tomado como valor absoluto, terá as condições para ser a base estável e eixo de uma escala de valores, em termos humanos, sem criar as formas de conflitos que outros valores, até agora tomados como absolutos sempre criaram.
Este texto foi elaborado tendo em vista a criação de um "Referencial de Valor Absoluto" para servir de base a uma "ética" que conduza a conduta humana em um único "bem" que na ordem prática, seja capaz de orientar, como uma bússola, a ação humana com segurança. Embora não se perceba, nossas ações, em primeira instância, serão sempre visando a manutenção da própria vida e indiretamente da vida como fenômeno perene que transcende nossa compreensão. Se essa ação não for em direção da vida, ela não será uma ação ética. Estaremos ignorando o rumo que a bússola está indicando, e isto, com um pouco de reflexão, perceberemos que estamos caminhando no rumo da morte e não no rumo que nos leva a vida. 
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ESCALA DE VALORES
O presente esquema só tem validade para o ser humano na ordem prática, qualquer indagação que ultrapasse esse limite está restrita à subjetividade de cada indivíduo.
Dentro do grande universo de valores materiais e abstratos que a sociedade humana vem utilizando através dos tempos, o individuo poderá organizar sua própria escala de valores livremente.
Na nossa atual civilização industrial de alta tecnologia, só será possível a convivência da espécie humana, tanto em termos individuais como sociais, com o mundo da natureza e com o mundo da cultura humana se ele harmonizar seu comportamento com esses dois mundos, respeitando a ordem dos princípios básicos estabelecidos pelo esquema, que está sendo adotado em seguida.

ESQUEMA:

1) Valor absoluto - A Vida

2) Valores Vitais -
Todos os bens da ordem natural, porque são indispensáveis para a manutenção da vida de todas as espécies: como o ar, a água, o alimento, etc, e por serem imutáveis e insubstituíveis.

3) Valores relativos -
- valores materiais
- valores abstratos

A principal característica desses valores é serem da criação do ser humano através dos tempos, desde o momento em que ele deixou de ser um simples animal e passou a ser um animal racional. Esses valores na ordem prática não existiriam sem a inteligência, a racionalidade e ação do ser humano.
Os valores relativos materiais são os criados pelo ser humano, desde o arco e flecha até as espaçonaves.
Os valores relativos a abstratos são os derivados da ética e da moral e servem de guia ao comportamento do individuo na relação com a sociedade ou grupo ao qual ele pertence.
Se os valores da ordem natural são imutáveis, os valores relativos da ordem cultural, por serem humanos,   ao contrário, vem se transformando através dos tempos. Isto é facilmente observado por qualquer pessoa, tanto nos valores materiais como nos abstratos.
A linguagem que foi a criação humano mais importante e que definiu a sua condição de racionalidade, é a responsável instrumental por tudo que forma a sua cultura e deve ser considerada um valor abstrato por ser formada por idéias e as idéias são coisas abstratas e materializadas por símbolos orais, sonoros e gráficos, que são os veículos de transmissão e comunicação entre os homens.

4) Valores dispensáveis e supérfluos
Se considerarmos que o ser humano viveu aproximadamente um milhão de anos, sem nenhum traço cultural e em absoluto estado animal, podemos admitir que todos os valores relativos são dispensáveis à vida. Mesmo porque até hoje ainda existem grupos tribais espalhados pelo mundo que no nosso conceito de civilizado, vivem praticamente sem cultura.
Os valores dispensáveis e supérfluos estão muito ligado a subjetividade de cada indivíduo. Aquilo que pode ser considerado dispensado e supérfluo para um, pode ser considerado indispensável para outro.
Diante do turbilhão de itens que a civilização industrial de alta tecnologia coloca a disposição do indivíduo, independente de como e de quem seja ele, os itens dispensáveis e supérfluos vai depender muito da sua
subjetividade e suas condições sócio-econômicas.
Alguns exemplos dos absurdos criados pela nossa civilização atual, justificam a questão, por exemplo de que poderíamos eliminar a industria de cigarro, sem nenhum prejuízo, tanto na esfera individual como social a não ser pelo interesse econômico que existe por traz da nossa cultura.
Se examinarmos atentamente veremos que há um grande número de itens produzidos pela nossa cultura que são dispensáveis. Entre eles é o caso dos itens de ostentação e luxo.
Exemplo: um carro de 600 mil dólares, um apartamento em Miame, com 2 andares, diversas suítes, jardins, piscina, etc., sendo vendido por 5 milhões de dólares, isto sem falar nas inúmeras mansões espalhadas pelo
mundo.
Sem desmerecer o valor cultural das artes, que tanto esta ligada a subjetividade do criador, quanto do apreciador, o que nos causa um certo espanto é um quadro ser vendido por 30 milhões de dólares, ou mais, como no caso de um quadro de Van Gogh, que durante sua vida só vendeu um quadro por 200 dólares.
Para terminar este comentário sobre o esquema proposto, devo dizer que é apenas um ponto de vista pessoal, visando antes de mais nada um novo posicionamento no processo da educação formal, por aqueles que estão diretamente ligados à educação em todos os graus, desde o primários até as universidades.

Conclusão

Como vimos, pela exposição acima, o ser humano é um ser bipolar. Ele tem sua existência subordinada a dois mundos. O mundo da natureza e o mundo da cultura humana.
Se no mundo da natureza ele está submetido à ordenamento de leis imutáveis e bens materiais indispensáveis a sua existência, no mundo da cultura humana, ao contrário, o ordenamento é mutável no tempo e no espaço, bem como, todos os bens materiais.
Se no mundo da natureza ele não pode fazer opção, no mundo da cultura humana ele é livre e o seu comportamento pode variar de individuo para individuo dentro de uma mesma sociedade e mesma época.
No mundo da natureza tanto o ordenarnento (leis naturais) como os bens materiais são insubstituíveis e imutáveis para a vida humana e a vida de modo geral, enquanto que no mundo da cultura humana, tanto o ordenamento (leis, regras, normas, costumes de conduta criados pelo homem), quanto os bens materiais produzidos na sua cultura, são mutáveis e substituíveis no tempo e no espaço. Além dessas mudanças da ordem cultural cada indivíduo é livre para organizar sua escala de valores e acordo com a sua subjetividade.

HUGO ROCHA